terça-feira, 5 de agosto de 2008

Residência Farnsworth






O alemão naturalizado norte-americano Ludwig Mies van der Rohe (1886 – 1969), um dos principais mentores do modernismo, foi o responsável pela construção da residência Farnsworth.
Em 1946 a física Edith Farnsworth encomenda a Mies van der Rohe uma casa de fim de semana em um terreno que possuía em Plano, Illinois. Pouco tempo depois Mies apresenta-lhe os primeiros esboços daquele que viria a tornar-se um polêmico ícone do modernismo, um paradigma do estilo internacional na América. Os planos da casa que Mies apresentou a Edith Farnsworth revelavam o resultado prático do lema do arquiteto: "Less is More".
A casa foi desenhada segundo um conceito que começara a ser desenvolvido num projeto que nunca seria construído, chamado Resor House. A casa Farnsworth foi o culminar deste tipo de experiência no desenho de casas.
A estrutura da casa consiste duas placas de betão suportadas por oito vigas de aço. O chão está suspenso destas vigas, como se a casa flutuasse sobre o solo. A fachada é composta simplesmente por placas de vidro, do chão ao teto e não existe nenhum tipo de divisória interna a não ser numa estrutura que suporta as áreas molhadas (cozinha, lavanderia e banheiro).

A casa é aquecida por bobinas colocadas sob piso; a ventilação transversal natural e a máscara de árvores próximas fornecem a refrigeração.
Além da imensa paixão que transpira da jóia de vidro e aço que é esta casa, há uma história de amor e ódio entrelaçada com a sua criação. A doutora Farnsworth aprovou o projeto que parecia ser simples de ser construído. Apesar disso, a casa levou quatro anos para ficar pronta. Durante esse período, eram freqüentes os encontros entre arquiteto e proprietária, muitas vezes na obra (reza a lenda que tiveram um caso.
Quando a casa ficou pronta, Mies deu a Edith a conta do projeto: 73 mil dólares, o equivalente a mais ou menos 500 mil dólares atualmente. Talvez por despeito (o relacionamento deles havia acabado há pouco) Edith Farnsworth processou o arquiteto pelo elevado preço, mas o fato de ter aprovado o projeto e acompanhado a construção pesou contra si e perdeu o processo. Mais tarde escreveu vários artigos contra a casa e contra Mies. Dizia que não era possível viver na casa, que as contas de aquecimento eram muito altas etc. Irritada com o arquitecto disse a quem a quis ouvir, que: "Less is not more. It is simply less!"
Em 2003, a Landmarks Preservation of Illinois e o National Trust compraram a casa por 6.7 milhões de dólares americanos.

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